A Cidade

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Categoria: Destaque
Criado em Quarta, 20 Fevereiro 2013 Data de publicação Escrito por Super User
A Cidade de Quarto Centenário

 

O Passado e o Presente de Quarto Centenário



 

I- Prefácio

Não são muitos os municípios brasileiros que têm a historia contada em livros. Poucos tiveram até agora este privilégio.
Daí, talvez, dizer-se alhures que o povo brasileiro á um povo de memória curta, ou mesmo povo sem memória, alienada em suas preocupações atuais..
Em quarto Centenário, porém, sentiu-se a premente necessidade de registrar os acontecimentos e todo processo evolutivo de seus cidadãos, autores da realidade atual. Não se podia, de forma alguma, deixar no obscurantismo e anonimato os feitos históricos do povo quartocentenariense, suas lutas e realizações.
Como continuar indiferentes diante da ousadia e bravura dos pioneiros?
A Resposta ao apelo de que era imprescindível resgatar a história, ainda que recente do Município de Quarto Centenário teve inicio a partir do interesse da Secretaria Municipal de Educação.
Neste trabalho abordaremos os acontecimentos de Quarto Centenário dentro de um contexto abrangente, exceto algumas particularidades, predominância da ordem temática sobre cronológica.
Dividindo o trabalho em quatro partes distintas (Pré- Colonização, Colonização, Emancipação e Evolução) procuramos, após detalhado estudo, registrar os fatos, baseados em documentos e , o mais importante, em entrevistas com pioneiros.
Este trabalho, de caráter essencialmente didático, destina-se principalmente a classe estudantil, aos pesquisadores e serve de base para novas pesquisas.
È importante que se registre a ação humana, no ontem e no hoje, como agente do processo histórico de que o povo é o seu verdadeiro criador.
Não temos a história como uma descrição de fatos e personagens isoladas de seu tempo e de sua sociedade. Não.A história não pode ser apenas, composta de nomes e de cronologia.A história é a presença e atuação de homens e mulheres, na vida social, agindo e transformando o mundo. 

II- Pré- Colonização


2.1- Formação Histórica do Paraná
Diversas expedições estrangeiras percorrem a região em busca de madeira de lei, no início do século XVI. No século XVII, a descoberta de ouro e a procura de índios para o trabalho escravo levam portugueses e paulistas a ocupar a região. Até o século XVIII, apenas Paranaguá e Curitiba são vilas. As reservas auríferas de Minas Gerais relegam a segundo plano a mineração paranaense e a economia passa a se basear na pecuária.
O território é parte da província de São Paulo até meados do século XIX. Só em 1853 consegue autonomia e inicia um programa oficial de assentamento de europeus. No Final do século XIX, a construção de ferrovias viabiliza a industria madeireira. De 1912 a 1915 participa da Guerra do Contestado contra Santa Catarina.
 

III – Goioerê
 

A Gênisis de IV Centenário
Em 1934, chegam os primeiros pioneiros no centro urbano organizado e planejado por uma Colonizadora. As primeiras fazendas de café da região, formadas às margens do Rio Goioerê pelos irmãos Scarpari deram origem ao povoado que se chamaria Goioerê à partir de 1953.
Esta localidade já possuía o nome de Goio- erê que provém da língua caigangue, e seu significado é goio =água, erê=limpa,clara.
O município foi criado através da Lei Estadual nº 48 de 10 de Agosto de 1955 e instalado em 14 de dezembro foi desmembrado de Campo Mourão.
 

IV – Evolução Histórica do Município de Quarto Centenário


4.1 Origem do nome
Primeiro a localidade chamava-se “Barro Branco”, devido ao tipo de solo e mais tarde “Gato Preto” em homenagem ao proprietário do primeiro botequim do Sr. Gato Preto, homem forte, de cor negra e bastante temido por todos. E somente mais tarde, em homenagem ao centenário de São Paulo, o local passou a denominar-se IV Centenário, o nome dado pela família do fundador, Sr. Casemiro Gonçalves Moleiro, grande proprietário deterras, que loteou uma parte, vendeu e doou a interessados , iniciando-se assim o Distrito de IV Centenário.
O inicio da colonização do Município data aproximadamente do ano de 1953, quando lavradores em busca de terras férteis aqui chegavam, abrindo as primeiras clareiras na floresta densa da vegetação subtropical que caracterizava o revestimento de suas terras. Descendo os riachos:Água Bela,Comissário, Piquiri, Caracol, Ribeirão dos Dez, Água Ronco Feio, Água do Caeté e Rio Jacutinga, paulistas, mineiros e principalmente brasileiras das regiões central, sudoeste e nordeste, abriram picadas a facão pelas matas virgens agrupando-se perto dos rios. Derrubando parte da mata, construíram as primeiras moradias utilizando como matéria prima a própria madeira, cipós e folhas de palmito que a natureza generosa lhes oferecia.
As primeiras lavouras de hortelã datam do final da década de 50, com destilação do óleo, a vapor feita em tambores, através de alambique de proprietários vindos de outras regiões do Paraná.
Entre os precursores do solo de IV Centenário tem-se noticias que o primeiro aventureiro a pisar nesta terra em 1954, foi o Sr. Vital Jacinto de Souza, juntamente com a esposa e 12 filhos, vindo de Florestópolis, Distrito de Porecatú chegaram à Fazenda XIV, do Sr. Júlio Kagivara, a cinco quilômetros de IV
Centenário. Este homem, de aspecto rude e introspectivo, como quase todas a s pessoas sofridas pelas lutas travadas com o campo, portando canivete e facão à cintura, com o qual certamente abrira as primeiras picadas pela espessa mata, caminhando descobriu este pedaço de chão, ainda inatingível pelas foices e machados. Extasiado diante da beleza dos rios Água Bela,Comissário, Piquiri, Caracol, Ribeirão dos Dez, Água Ronco Feio, Água do Caeté e Rio Jacutinga com suas águas límpidas e fartas, envolvido pela brisa suave e refrescante, que as copas verdejantes das grandes árvores faziam roçar sua pele, sentindo o doce aroma de suas folhagens, flores e cipós, verdadeiro santuário ecológico de pássaros e aves que voavam e saltitavam de galho em galho, decide fixar-se no solo que acabara de tomar posse juntamente com a sua família, construindo o seu primeiro barraco na futura Fazenda XIV, do Sr. Júlio Kagivara.
Passado em um curto espaço de tempo, outros pioneiros,seguindo as pegadas de Vital Jacinto chegam a IV Centenário: João Gonçalves Mendes, Amário Soares da Cunha, Diomar Favaro, Maria Marlúcia de Lima e Silva, Antonio Soares da Cunha, João Ambrósio da Silva, Reinaldo Krachiski, Jeová Abílio Ramos. Daí pra frente, novos grupos de posseiros, vindos de toda parte do Brasil, foram chegando e dando inicio a colonização da terra com a derrubada de parte da mata, cedendo lugar às primeiras plantações de arroz, milho, mandioca, café e hortelã.
Em 1954, estava formado o primeiro aglomerado de casas que recebeu o nome de Patrimônio “Barro Branco” e pertencia ao Município de Campo Mourão e em 1955, ao Município de Goioerê.
Não foi fácil o inicio da colonização do Município de Quarto Centenário. Os lavradores, vindos em sua maioria do Estado de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e outras regiões do Estado do Paraná, com sua intrépida coragem enfeitaram grandes dificuldades e obstáculos como a derrubada da mata virgem, as doenças, as picadas de insetos e cobras, abertura de caminhos a facão e foice, a falta de recursos e nenhuma infra-estrutura.
As primeiras casas eram toscas barracas de estuque, construídas de esteios e grossos barrotes com varas amarradas de cipó e paredes embarreadas, 5
cujo piso era o próprio chão. A cobertura das primeiras palhoças era feita de palhas e palmito nativo ou coqueiros existentes em grande quantidade na região; e tabuinhas lascadas da madeira. O maior problema para os colonos era o preparo dos grandes barrotes e vigas, extraídos e lavrados a machados pelos valentes forasteiros. Num esforço quase sobre-humano, o povoado surgia e se expandia como por encanto.
Ao anoitecer , essas barracas eram iluminadas com gravetos e luz de “lamparinas a querosene”. Os primeiros habitantes dormiam em “tarimbas” camas construídas de forquilhas de paus fincados ao chão cobertos de ripas de palmito, sobre as quais colocavam esteiras, o couro de animais ou colchãozinho de palha de milho.
A região era muito rica em caças havendo variedade de aves e animai: jaguatirica, porco do mato ou cateto, gato do mato, quati, capivara, ouriço, anta, tatu, cutia, pombas,marrecos, nambus, João de Barro, codorna, pássaro preto,etc.
Os rios cristalinos ofereciam grande variedade de peixes bagres,traíra,cascudo,lambari e outros conhecidos como peixes pequenos, fazendo parte da alimentação. As águas sem poluição dos rios, eram, utilizadas como bebida e na execução de todas as tarefas domésticas.
Com o crescimento do patrimônio, bem mais adiante, surgiu o uso de cacimbas e luz a motor, que por muitos anos foram utilizados na comunidade. Os meios de transporte nessa época eram o cavalo, a tropa e, o carro de boi, jeep e caminhão.
Local com Flora fértil, onde encontrava madeira de lei. Inicio de 1960, uma família paulista, fundou uma serraria onde o proprietário fora degolado por um empregado, passando depois a proprietário o Sr. Santo Antônio Gasparoto e família.
As primeiras missas celebradas, eram realizadas simultaneamente com batizados e casamentos, os quais eram celebradas por um padre vindo de Campo Mourão e mais tarde pelo Padre José Sauer, de Goioerê.
Sacerdote incansável, homem de muita fibra que além de sua atividade sacerdotal, trabalhou incansavelmente em prol do desenvolvimento do lugar,
auxiliando na resolução de muitos problemas que afligiam os moradores e fundando vilas e igrejas. O Padre José catequizou bandidos e ao transformou em homens pacíficos e ordeiros, viajou a cavalo meses a fio por mata a dentro passando por lugares perigosos, enfrentando tocaias, febre, sol e chuva no cumprimento do dever, levando a todos uma palavra de conforto, a fé e coragem.
Na verdade, era um padre bastante enérgico o qual visitava as capelas quinzenal ou mensalmente. A Padroeira do local é a Nossa Senhora de Fátima e a Paróquia Nossa Senhora de Fátima foi construída no final da década de 1970.A imagem da Padroeira fora doada por Portugueses ali residentes. Nos anos seguintes as missas e celebrações eram realizadas pelo Padre Luis de Paoli.
 

V - Primeiras Modificações
 

EVOLUÇÂO
Na década de 70, um grande fluxo migratório, ocorreu na região, povoando os arrebaldes da sede, formando vilas e Povoados. Dentro deles podemos citar: Bandeirantes D’Oeste, Jóia e Fontoura. Também surgem as comunidades rurais: Água da Figueira, Garcia , Malogutti, Porto V, Porto II, Figueira II, Gleba 32, Jacutinga e Porto III.
A cidade despontava e crescia lentamente. Mas somente a partir de 1970, o seu desenvolvimento foi impulsionado com mudanças dignas de se mencionar: a abertura da primeira estrada ligando a outros povoados. O primeiro veículo adentrava pela estrada aberta uma caminhonete Ford, de propriedade de uma família portuguesa. Neste período é criada e construída a primeira Escola Estadual, instalação do Posto de Saúde e Escola Municipal, posto de combustível, armazém e outras lojas foram se instalando em IV Centenário.
Daí para cá o distrito foi se transformando e o seu crescimento acelerava-se dia a dia. As ruas, a principio estreitas, iam sendo alargadas. As toscas barracas 7
de estuque e tijolos crus sofriam reformas e muitas construções novas, mais confortáveis e modernas surgiram.
Com o afluxo continuo de lavradores em busca de novas terras, o pequeno povoado, foi elevado a categoria de Distrito em 23 de setembro de 1964, e no dia 29 de abril de 1992, a Município de Quarto Centenário, desmembrando de Goioerê, elevando sua sede a categoria de Cidade.
 

VI - Histórico e Origem dos povoados de Bandeirantes D’Oeste, Jóia e
Fontoura


6.1-Bandeirantes D’Oeste
Nos idos de 1963, a terra roxa, resultado da decomposição do basalto, apresentava-se aos cobiçosos olhos dos desbravadores do Vale Piquiri, como um presente divino da mãe natureza aos futuros colonizadores. Sofridos pioneiros em busca de sonhos e riquezas, deram inicio ao povoado de Bandeirantes D’Oeste.
O povoado teve inicio em 03 de março de 1963, cujo o nome Bandeirantes D’Oeste, foi pelo fato de que o primeiro proprietário de uma grande área de terras naquela região, Senhor Julio Kagivara, era procedente de Bandeirante, cidade localizada no Norte do Paraná, daí surgiu a idéia de Bandeirantes D’Oeste, por localizar-se na região Oeste do Estado do Paraná..
Aos poucos esse povoado foi crescendo e se transformando numa verdadeira vila. Nessa época, os pioneiros Rodrigo Cardoso e Paulinho Cardoso, (março 1963), resolveram transformar o local num verdadeiro centro comercial, dando condições para aqueles que lá chegavam em busca de riquezas, pudessem construir suas moradias, bem como dotar o local dos suprimentos necessários á sobrevivência dos novos habitantes.
Com muita garra e coragem, derrubaram árvores, fizerem estradas e construíram o primeiro comercio de secos e molhados, com o nome de Casa de Estrela, e logo depois o primeiro açougue para alegria dos novos moradores.
Aos poucos, Bandeirantes D’Oeste foi-se transformando, todos os dias chegavam novas mudanças. A mata virgem aos poucos foi desaparecendo, dando lugar ás lavouras de rami e hortelã.
Nessa época, coma vinda do pioneiro Júlio Yoshiji Kajivara (fundador), grande agricultor, os mesmo iniciou o desmatamento de sua propriedade, plantando ali hortelã e rami, cujas culturas predominaram na época, e a prosperidade era tanto devido as famosas terrras roxa, que o senhor Julio construiu o primeiro alambique onde se destilava o óleo que era comercializado na região de Goioerê, Campo Mourão e Maringá. Nessa esma época, construiu também a primeira industria madeireira, que muito contribui para o desenvolvimento e progresso de Bandeirantes D’Oeste.
O pequeno núcleo desenvolvia rapidamente em busca de uma vida melhor. Em 30 de agosto de 1977, através da Lei Municipal nº 6980, foi elevado a categoria de Distrito Administrativo, um passo a mais no seu constante progresso.
Para que fique registrado nos anais da historia de Bandeirantes D’Oeste, discriminamos a seguir os primeiros pioneiros homens corajosos e valentes, verdadeiros atual: Rodrigo Cardoso, Paulinho Cardoso , Júlio Y. Kagivara, Luiz Ratmann, Manoel Leite, José Evaristo, José Nunes Maciel, Brigadeiro Fria Lima.
Dentre as primeiras pessoas que inicialmente marcaram acontecimentos importantes, ou exerceram cargos de destaque podemos citar: a primeira professora Aparecida Mendes da Silva, a primeira diretora, Maria Azavedo Dias, o segundo Delegado de Policia, senhor Anivaldo Bueno Ribeiro e o senhor Casemiro Gonçalves, dono do primeiro depósito de combustível (gasolina e óleo diesel).
Atuação Política de Bandeirantes do Oeste
O Distrito de Bandeirantes D’Oeste teve a sua representatividade no Legislativo municipal, elegendo o seu primeiro vereador, Juscelino Pereira dos Santos por duas vezes, gestões: 1977 a 1982 e 1083 a 1986.
Pessoa de excelente relacionamento na Câmara Municipal de Goioerê por duas vezes e de 1077 a 1078 exerceu a função de segundo secretario do Legislativo Municipal. Porem o destino o tirou da convivência de seus familiares e amigos, falecendo durante o exercício de seu mandato, no dia 24 de fevereiro de 1986.
 

6.2 - Jóia
Jóia não é a exceção, os pioneiros que lá aportaram foi devido a fertilidade do seu solo e a riqueza natural da região. Os corretores divulgavam de norte a sul as potencialidades de uma nova terra que estava senso desbravada no Oeste, às margens do Rio Piquiri, própria para o plantio de hortelã, café, rami, etc.
Acreditando na fertilidade da terra, o Senhor Nicolau Lunardelli e sua esposa Branca Pizza Lunardellli, adquiriam 1.050,00 (mil e cinqüenta alqueires paulistas), sendo considerados os fundadores da atual cidade.
Como o solo era de primeira qualidade e as terras prosperavam sem parar, recebeu o nome de Jóia, Gleba XIV.
O Senhor Nicolau Lunardellli reservou cento e cinqüenta alqueires paulistas para sua fazenda e o restante loteou em chácaras e/ou sítios, cujos imóveis eram vendidos e os respectivos contratos, eram lavrados em Cartório no próprio local, ou seja, Jóia, com o senhor Álvaro Matoso. As terras eram negociadas com uma entrada e o restante para pagamento em até um ano, o que facilitava sobremaneira aos compradores da época.
No final da década de sessenta, inicio de setenta, chegaram novos pioneiros. O senhor João Gonçalves Mendes, natural de Água Boa, Estado de Minas Gerais, vindo de Cruzeiro do Oeste, juntamente com outros proprietários de terra, abriram picadas, construíram estradas, derrubaram as densas matas com facão, foice e machado, para ali iniciarem suas lavouras e consequentemente realizarem o
sonho de ter o seu pedaço de chão. Era um trabalho árduo, devido a escassez de instrumentos. Para arrancar a gorucaia eram necessário quarto a cinco dias a fogo.
O progresso chegou e juntamente com ele a necessidade de construir mecanismo para o conforto de seus habitantes. Foi construída a primeira escola de tábua, sendo a senhora Madalena (cunhada de José Garcia, a primeira professora de Jóia).As missas eram celebradas na própria Escola pelo Padre Luiz de Paoli. São Bom Jesus é o padroeiro da Comunidade, por ter sido a primeira imagem oferecida aos católicos pelos pioneiros Américo Fava e Luiz Nunes de Souza.
O atendimento médico era feito em Fontoura pelo farmacêutico Euclides Camargo.
A seguir, deixamos aqui registrado o nome dos desbravadores que abrindo caminho na força do machado, foice, facão e serra braçal, fizeram a historia da localidade de Jóia e regiões circunvizinhas.
 

Américo Fava
Euclides Camargo.
Auzélia Graça de Aquino
Leonço Procópio
Paulo Fava
Vicente Nalin
Antônio Ferreira Gonçalves
José Loriano
Álvaro Matoso
Antônio Gonçalves
João Ambrósio de Assis
Maria Ambrósio da Silva
José Fianco de Aquino
Amário Soares da Cunha
Maria Soares de Assis

6.3 - Fontoura
O bordão mais ouvido naquele tempo pioneiro, década de sessenta, era de que as melhores terras do Brasil estavam localizadas ás margens do Rio Piquiri. Não se falava em outra coisa nos escritórios das colonizadoras, hotéis, bares, restaurantes, nas rodoviárias e estações ferroviárias apinhadas de fazendeiros e sitiantes, corretores de vendas de terras e vários aventureiros de toda parte do Brasil.
Embuído desse mesmo espírito aventureiro e com a garra de homem corajoso,o senhor Olavo Fontoura adquiriu uma grande área de terra nessa região, transformando-a numa próspera Fazenda.
O nome de Fontoura foi dado a comunidade em virtude do sobrenome de seu fundador, senhor Olavo
Fontoura era uma região muito próspera devido a fertilidade de seu solo, todos os dias chegavam famílias em busca de seus sonhos e riquezas.
Já naquela época contava com três grandes empórios comerciais, os quais abasteciam não só os moradores de Fontoura, mas toda a região circunvizinha.
Os cinco primeiros anos,foram cultivados hortelã em grande escala, o qual rendia enormes lucros, pois dos alambiques o óleo já saia destilado e era comercializado na cidade de Maringá. O pioneiro Reinaldo Krachinski, que chegou em Fontoura em dezembro de 1960. disse em entrevista, que, naquela época as pessoas carregavam dinheiro em malas, de tanto que o hortelã rendia financeiramente.
Ápos esses período, fora plantado café, cuja produção gerava enormes lucros aos seus proprietários.
O primeiro farmacêutico foi o senhor Euclides de Oliveira Camargo, o qual veio de Reginópolis, Estado de São Paulo, com sua esposa e 04(quatro) filhos. Ficou muito feliz ao chegar em Fontoura, pois era um povoado bastante movimentado devido as grandes fazendas de café,que empregavam centenas de famílias para o serviço de mão- de - obra.
Farmacêutico prático desde os 18(dezoito) anos de idade. Instalou a primeira farmácia e atendia todas as pessoas de Fontoura e região. Serviços é o que não lhe faltava, pois naquela época o acesso a Goioerê era muito difícil e os doentes preferiam procurar o senhor Euclides.
Haviam muitas doenças, tais como verminose, amarelão, sarampo, tosse comprida, ferida brava devido às picadas de mosquitos, quebraduras, além de que fazia a maioria dos partos.
A localidade crescia aceleradamente. Nos domingos é que se percebia a enorme quantidade de pessoas que compareciam às missas celebradas pelo Pe. Luiz de Paoli. As missas eram realizadas na Escola Isolada Fontoura, escolinha de madeira, que teve como primeira professora a senhora Gerônima Rodrigues de Oliveira.
No final da tarde, era visível a animação dês eu povo, que ficavam na expectativa aguardando os jogos de futebol de campo.
Fontoura possuía uma avenida e algumas ruas, com boa estrutura de atendimento para o seu povo, tais como: casas comerciais, açougue, dentista, Delegacia de Policia, botequins,barbearia, escola, e duas igrejas evangélicas: Adventista do 7º Dia e Assembléia de Deus.
 

PIONEIROS E PRIMEIROS MORADORES
 

Olavo Fontoura
Reinaldo Krachinski
José Nunes Maciel- 3º Delegado de Polícia
José Evaristo
Manoel Leite
Euclides de Oliveira Camargo
Luiz Kui Kuimã Spencer Ratmann
Pedro Morelli
Silvino Ferreira
Ernandes Wenceslau Sodré- 2º Delegado de Polícia
Dr. Estevão- 1º Dentista prático
Francisco de Oliveira- Agrimensor dos lotes e datas
Demerval Mateus
Alfredo Rodrigues Oliveira- 1º Delegado da Polícia
 

VII - Brasão do Município de Quarto Centenário
 

Criado através da Lei n º 052/98. datada de 22 de abril de 1998.
O Brasão de Armas do Município de Quarto Centenário, de autoria do Heraldista e Vexilólogo, Reynaldo Valaski, obedece as regaras ditadas pela Enciclopédia Heraldista Municipalista Brasileira e vai descrito em terminologia específica na seguinte forma:
I-elaborado em estilo Samnítico, de origem francesa, primeiro estilo de escudo adotadoem Portugal, servindo de referencia á raça colonizadora e principal formadora da nacionalidade brasileira.
II- A Coroa Mural que sobrepõe, em cor branca ou cinza (metal prata), tem oito torres, sendo vistas cinco e três em perspectiva no desenho, o qual identifica o Brasão de Domínio, indicando a condição de cidade de Terceira Grandeza, ou seja, a Sede do Município.
O Brasão de Armas Municipal, em seu campo em abismo, é divido em 05 (cinco) quartéis distintos, através dos quais em seus desenhos, são descritas as principais fontes de riquezas existentes no Município de Quarto Centenário, na seguinte forma:
I- no centro de campo do Brasão de Armas, quartel central, apresenta-se o desenho de um livro que representa a “Bíblia Sagrada”, simbolizando a marca universal de todas as religiões e devoções, espelhando a fé e a religiosidade do povo residente em Quarto Centenário;
II- no topo do campo do Brasão, está o quartel com os desenhos de um tinteiro com pena, o Globo terrestre e um livro (em suas cores naturais), simbolizando a Educação e a Cultura existentes no Município de Quarto Centenário;
III- no quartel à direita (destra) do campo de Brasão de Armas, observa-se uma área agrícola em sua plenitude na cor verde (Sinópla), além de um agricultor em seu trator, preparando a terra para o plantio de cereais, posto que, 85% (oitenta e cinco por cento) do território municipal é mecanizável e muito fértil, destacando a agricultura como a maior fonte de riquezas do Município de Quarto Centenário. Em abismo, encontra-se o lindo despontar do sol em sua aurora, trazendo assim o astro “Rei”, através de seus raios, riqueza, saúde e alegria a todos os munícipes. A cor verde (Sinópla) simboliza a “Esperança”, a “Fé” e o “Progresso” do povo Quarto Centenariense.
IV- no lado esquerdo do campo do Brasão observa-se outro quartel que, em abismo, apresenta desenhados “Pinnus Elliotis”, em sua cor natural verde (Sinópla), retratando grandes áreas de reflorestamento em formação, uma das grandes riquezas do Município e, ainda, no mesmo quartel, abaixo, uma linda campina e o desenho de suas cabeças de gado, espelhando a rica “Pecuária” existentes no Município
V- no quartel abaixo vemos, em abismo, o desenho de linhas sinuosas que representam os principais acidentes geográficos, tais como os rios:
Comissário (que faz divisa com o Município de Ubiratã); Caracol (que faz divisa com o município de Rancho Alegre D´Oeste); Água Bela (que faz divisa com o Município de Goioerê); Piquiri (que faz divisa com os Municípios de Nova Aurora e Formosa do Oeste) e o Barreiro. Observa-se, ainda, vastas plantações de algodão, uma das principais culturas do município, bem como, em abismo, desenhadas pequenas elevações em sua tonalidade natural verde (Sinópla), mostrando a posição privilegiada das terras localizadas em Quarto centenário, cobertas por inumes plantações, além de um trabalhador rural preparando seu lote primitiva, ou seja, cultivando-o com arado.
5.1 Na seqüência abaixo, como suporte do campo do Brasão, observam-se desenhadas duas engrenagens, as quais representam as industrias existentes no Município.
5.2 No topo do Brasão de Armas Municipal, observam-se desenhadas 03 (três) estrelas, sendo que a maior representa a sede do Município de Quatro Centenário e as duas menores, representam as localidades de “Bandeirantes D´Oeste ” e “Jóia;
5.3 Como suportes vivos do Brasão de Armas observam-se,à esquerda (sinistra), ramos ao natural de milho e soja e , à direita, ramos de trigo e algodão, produtos que simbolizam o esteio da economia e da riqueza agrícola do Município de Quarto Centenário;
5.4 Prosseguindo, no listel em cor azul (Blau), bem abaixo do Brasão de Armas, observando-se a inscrição do topônimo “Quarto Centenário”, á esquerda (sinistra), em flâmula, os algarismos 01-01-1997, data da posse do 1 º Prefeito Municipal de Quarto Centenário;
5.5 A seguir, ainda em flâmulas, nas pontas do Listel em cor azul (Blau), em cada lado, observam-se desenhadas 04 (quarto) estrelas em cor vermelha(Goles), que representam as comunidades existentes no território municipal : Figueira, Capela Nossa Senhora Aparecida, Gleba 32, Jacutinga, Fontoura, Água Limpa, Porto 2 e Porto 5;
Os ornamentos do Brasão de Armas, estampados em cor verde (Sinópla), simbolizam a esperança, a fé e a vontade férrea de vencer todos os obstáculos, visando o engrandecimento e a riqueza do Município que ora inicia seus primeiros passos na direção de um futuro altamente promissor.

 

VIII - Bandeira do Município


Os fundadores do povoado vindos de São Paulo deram o nome de Quarto Centenário homenageando os quatrocentos anos de São Paulo, “a terra onde nasceram”.
Para homenagear os fundadores do nosso município temos em nossa bandeira quatro estrelas, onde cada uma representa cem anos, formando assim os quatrocentos anos que deram origem ao nome do município.
Temos Também em destaque o algodão, o milho, a soja e o trigo que representam os alimentos que nascem graças ao esforço e ao trabalho dos homens de nossa terra.
Encontra-se também as quatro faixas verdes que representam sucessivamente a agricultura, a pecuária, a fauna e a flora, que são férteis e representam a base da economia do município. As faixas amarelas são os raios de sol anunciando um novo tempo cheio de transparência e hospitalidade.
8.1 Partes da Bandeira
Na bandeira existe quatro estrelas que representa cem anos uma e cada estrela possui um nome.
Estrela da Paz
Estrela da Prosperidade
Estrela do Trabalho
Estrela da Igualdade
Estrela da Paz:
Representa a paz que devemos ter dentro de nós, a paz entre os homens, porque só com ela conseguiremos viver em uma sociedade justa, sem violência, sem guerra de pessoas que para defender o que lhe pertence são capazes de trazer desunião entre as pessoas.
Com essa paz conseguimos realizar todos os nossos planos e trazer para o nosso meio o progresso.
Estrela da Prosperidade
Representa um passado de luta, para realização de sonhos. Um presente de vitória, conquistada e batalhada com muito trabalho e determinação.
Com um futuro apenas sonhamos. Pois são os sonhos que alimentam nossas esperanças presentes.que a prosperidade esteja sempre entre nó, e que tudo que trga o bem cresça e faça do nosso município u exemplo de prosperidade a ser seguida.
Estrela do Trabalho
O homem nasce, cresce e começa a descobrir seus sentimentos e entre tantos sentimentos ele descobre os sonhos que para serem realizados é necessário trabalho, com o trabalho aprendemos a construir nossos próprios caminhos, mas não basta apenas construí-los, temos que caminhar por eles, em direção ao crescimento e uma sociedade competente que saiba compreender e respeitar os direitos do cidadão na vida e no trabalho, pois p trabalho representa liberdade.
Estrela da Igualdade
Representa a igualdade entre as pessoas. Para termos uma sociedade firme precisamos construir uma base firme. Essa igualdade deve partir também dos governantes para com os municípios tratando a todos com a mesma igualdade, sem preconceitos.
A igualdade deve existir também entre os homens governantes para convivência de muita paz, prosperidade e trabalho.
 

8.2 AS CORES DA BANDEIRA
O Verde
Representa a nossa agricultura. A força do homem que trabalha dia-a-dia para fazer brotar da terra o alimento que mata sua fome e fortalece para um novo dia. Esse verde representa o algodão, o trigo, o milho, a soja, o feijão, a pecuária e muitos outros tipos de alimentos que dão á nossa região a riqueza que brota da terra e fortalece o nosso comercio e o nosso município fornecendo o trabalho digno para os filhos do município.
O verde representa também natureza, a nossa fauna e floura, os lindos rios e matas que cercam o município, e que os homens os preservem como fosse sua própria vida, pois sem essa preservação se tornara impossível a nossa sobrevivência.
O Amarelo
Representa os raios do sol, que nasce por detrás das plantações anunciando o amanhecer de um novo dia, de um novo tempo, que trás com ele a esperança de um futuro próspero de mudanças e transformações. Que estes raios de sol clareie os nossos caminhos para que possamos construir um município de pessoas justas, que batalhem por seus ideais e que a transparência destes raios de sol deixe transparecer também a nossa hospitalidade para com as pessoas que aqui chegaram, sejam elas visitantes ou novos moradores e também apresenta a nossa riqueza.
O Azul
O azul representa o céu e a força. No centro temos uma faixa branca, que trás o nome do município, ente o trigo e o algodão.
Foto 8.3 projeto da bandeira
Foto 8.4 Bandeira Quarto Centenário
 

IX - Formação Judiciária e Administrativa
 

O Povoado de Quarto Centenário foi iniciado em meados de outubro de 1954. Pertencia inicialmente ao Município de Goioerê, tendo passado a Distrito Judiciário pela Lei Estadual n º 4930, datada de 23 de setembro de 1964. Nesse dia Quarto Centenário se reveste legalmente da forma de Distrito Judiciário e Administrativo, composto de sede e linhas de divisas com Gleba n º 14 - 1 parte e 13 da Colônia de Goioerê
Através da Lei Estadual n º 9.959, datada de 29 de abril de 1992, publicada no Diário Oficial do Estado do Paraná no dia 30 de abril de 1992, criou o município de Quarto Centenário, desmembrando de Goioerê, elevando sua Sede a categoria de Cidade.

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